Fotos São Tomé das Letras

And so, this is... São Tomé...
Estamos aqui no ponto mais alto, o Mirante do Cruzeiro, na sexta de manhã.
Dá pra ver como a cidade está em lugar mais alto que o restante da região, e, como eu falei, esta visão é assim 360º. Deve ser a maior dificuldade trazer água pra cidade...
Em frente, pra oeste, estão a cidade de Três Corações e a rodovia Fernão Dias, que liga SP a BH.


Este restaurante fica bem em frente à pousada que ficamos, a São Thomé. As árvores ao fundo são da praça principal, da Matriz.
Existem muitas casas construídas deste jeito, com pedras empilhadas, a maioria não de maneira tão cuidadosa...




A pracinha da Matriz é um lugar muito gostoso pra ficar e bater um papo. Como o calçamento das ruas é de pedras irregulares e o pessoal que vem pra cá já é, em geral, meio "zen", o ritmo é meio lento. Ideal pra relaxar.





A formação rochosa da Gruta. Bem no meio da cidade, ela se destaca do centro da cidade. Parece que foi trazida pra cá...
Logo subindo a escada dá pra ver uma abertura na pedra, bem propícia pra se abrigar em dia de chuva. Com certeza muitos índios passaram noites aqui...



Olhando pro outro lado, leste, foi de onde nós viemos, de Caxambu, passando perto de Cruzília.






Vejam só como à noite, com iluminação, o que é comum fica especial: a igreja matriz, de madrugada, logo antes do sol nascer.
Pouca gente na rua, e o clima, que disseram que seria geladíssimo, estava muito agradável.
Me instalei nas pedras do alto do mirante e fiquei esperando o sol nascer, junto com o pessoal que já estava lá. A maioria veio chegando do grupo que estava no barzinho aberto com música ao vivo.

Poetas, músicos, embriagados, enamorados, baseados, todos conversando a seu jeito, curtindo o momento.
And... Here Comes de Sun!...
E eu acabei de descobrir o que os Beatles estavam fazendo quando surgiu a idéia desta música!... A frase vem automaticamente...
Quando o sol nasceu, o poeta paulista "descascou" um poema de amor a São Paulo...
Tentei conversar com ele depois, mas não consegui acompanhar a filosofia dele. Delirante demais...

Do lado do mirante, um pouco mais abaixo, a chamada "Pirâmide". Na verdade, uma construção em pedras da região, com telhado em concreto, em forma de pirâmide. Ali estavam três pessoas vendo o nascer do sol. Quando cheguei mais perto, percebi que ao menos uma delas estava meditando e que minha presença a perturbou. Principamente porque cheguei conversando com dois moradores da cidade, o Telão (Elton) e o Devilã. Garotos muito legais, na interface noite (de bom papo e cerveja) e manhã (da exigência do trabalho e de voltar aos velhos relacionamentos).

Aqui os dois. O Devilã me contou como pra ele a cidade só tinha gosto quando os turistas chegavam. "Quando a cidade fica vazia, fica muito sem graça...".
Aí, ele se deu conta que havia passado a noite em claro, bebendo e conversando e tinha que trabalhar, quebrando pedra...
Imagina só a tristeza... Não sei como ele resolveu, mas tenho certeza que, tendo dormido ou não, ele passou de sexta pra sábado com o pessoal do bar...
Já o Telão estava lamentando porque tinha que ir pra pedreira de qualquer jeito, porque não tinha ninguém pra assinar as notas, "senão a coisa não funciona"... Disse que ia passar na casa de alguém pra ir no seu lugar...
Gostei de conversar com eles, tomara que os encontre de novo, no futuro.
Tomara que eles encontrem o seu caminho pessoal, sem precisar da música alta e da cerveja. E, especialmente, uma relação madura e pessoal com Deus. Deixei com Devilã um impresso muito legal sobre a importância de ler a Bíblia, e nele o endereço do blog.
Se vocês lerem, deixem uma mensagem aí, Devilã e Telão!

Antes de descer, uma última olhada lá pra baixo, por onde iríamos passar de volta dali a alguns momentos, de volta ao caminho da Estrada Real, rumo a Tiradentes, via Cruzília.
Realmente foi muito gostoso estar ali e até gostaria de ficar mais, se não fosse a fome, estar vestido demais pro frio que não veio com o sol começar a esquentar e o planejamento de estar já acomodado em Tiradentes antes do pôr-de-sol daquela sexta.


Descendo do mirante, passei de novo em frente do bar, a tempo de assistir o cantor apresentar a última música da noite (manhã?): "Que país é esse?"
Uma música que expressa bem o desencanto dos jovens que querem se adaptar à realidade, mas não conseguem compreender a competição, o egoísmo e a falta de ética, tanto nos negócios, quanto na vida pública.
Ah, se eles soubessem da crise do Senado que viria mais à frente e de todos a sujeira que esta crise traria à tona...
Aí sim teriam motivo pra contar esta música a noite toda! hahaha...
Felizmente, a vida me ensinou que apesar destes aproveitadores, existe uma imensa massa de bons trabalhadores, honestos, que fazem a coisa acontecer. Principalmente no serviço público. as como não aparecem normalmente na mídia, parece que não existem. São assessores dos deputados e outros funcionários de carreira que muitas vezes passam a noite em claro elaborando bons projetos e descobrindo um jeito de fazer a coisa funcionar... Ih! Telão... agora sou eu quem preciso dormir...hahaha... viajei legal...

Mas, continuando...
Descendo, mais um pouco, mais uma foto mostrando o Cruzeiro e as características pedras da cidade, prontas pra mais alguma construção. É tanta pedra, que ninguém tem medo que roubem...





Poderia me despedir mostrando uma foto da pousada ou do trecho da estrada, mas prefiro deixar mais duas fotos do nascer do sol em São Tomé. Que você possa parar também um momento na sua vida, talvez corrida e perceber que cada dia é um presente inestimável, uma oportunidade inestimável de se relacionar e crescer com outras pessoas que, como você, querem algo melhor para a vida.


E, especialmente, dê um tempo para perceber o que Deus, o Sol da nossa vida já fez por você. O cuidado, a direção...
Se você lembrar e pensar bem, você terá certeza que Ele vai estar com você a cada momento, te guardando e mostrando o caminho pra você, como fez pra nós nesta viagem... É tudo uma questão de escolha. Ele fará o resto. Pode confiar.
Até.